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Mente Sã em Corpo Morto

by Abismika

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lyrics

Ausência de forças
Tormentos amiúde
Perturbação desenfreada
Penúria perdurada

O inferno está começando
E a sanidade esgotando
Assombra-me a sensação
De estar atado numa ilusão

Mente sã em corpo morto

Gritos de socorro inacessíveis
Suplicam interminavelmente
Importunando 24 horas
Levam a crises perpétuas

Absolutamente entenebrecido
Esmiúço as reminiscências
Em busca de evidências
De que ainda estou são

O que tenho a compreender de experiências tão bárbaras?
Elas só trouxeram traumas
E me humilham até hoje

Tento conter as chagas
Busco aclaração entre tantas feridas
Porém o calvário foi em vão
Hei de sofrer para penar mais e mais

Eu não desejaria esse mal
Se eu não tivesse adoecendo
Mas mesmo que eu não queria
Essas infecções se alastram
Mortificando inteiramente
Sabotando de ideias nocivas

Exilado do mundo lá fora
Restringindo na limitação
De somente presenciar
Os anos de decadência
No futuro solitário
Bons momentos fanados em meras lembranças
Aqueles que passaram confiança me esqueceram como se eu tivesse morrido

Porém não preciso de ninguém
Só necessito me conciliar
Com a razão que tende a devorar
Preciso mergulhar na profundeza abismal
Para encontrar a mim mesmo e acudir desse lôbrego oceano
Renegar toda forma de abstração
Proclamar a soberania singular
Conceber as cores que irão tingir o meu vazio

Ser mais que martírios
Ir além da subjetividade
Fazer da alucinação uma parte concreta
Enxergar meios possíveis dentro da realidade

Árdua dolorosa constância
Aflitamente mais lívido...
Mais lívido...
No fadar da consciência endêmica
Desiste o estafante desaire
De cumprir seus objetivos

Vivência baldada
De detrimentos lesivos
No longo consternado conflito
A porta terminal se fecha

(Se fecha)

Esse dissabor é inconcebível
E intrincado de discernir
Enquanto nada sequer alumbra
O imensurável latente importuna

É tão inseguro
Pra quê continuar se não tenho aonde ir?
Espavorido e desamparado
Numa época da qual não faço parte
Num lugar do qual sou anômalo
(Não faço parte)

Falhas, falhas e mais falhas
Decorrido de mutilações
Quão fundo devo cortar
Pra sentir que ainda sou humano

(Que ainda sou humano)

Ao meu fatídico cadáver
Deixo a última despedida
Entregue a herança subterrânea
Vísceras reduzidas a ossos
Perfaz a brevidade da carne

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released July 6, 2019

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